sexta-feira, 22 de julho de 2011

Aprendendo a beber...


Quem não bebe, não entende que o valor que damos a "tomar uma cerveja" não é apenas alcoólico. "Tomar uma" é agregador, interativo, libertário e ao mesmo tempo libertino. Tem até quem tome uma sem beber...

Um dos poucos orgulhos perceptíveis que meu pai sente por mim é o fato de eu beber litros de cerveja e permanecer de pé (ou sentada numa cadeira de bar... ou apoiada em um balcão...)!
Ele acha o máximo eu chegar em casa com bafo de cerveja, ir direto pra geladeira, pegar uma cerveja, sentar no sofá e perguntar quanto tá o jogo...

A primeira gota de álcool que coloquei na boca foi aos 10 anos de idade. Não precisam denunciar pro Ministério da criança e do adolescente...Era algo inofensivo, sem maiores consequências (a não ser no que me transformei...). Como meus "leitores" já sabem, em minha casa sempre teve festas aos domingos...E da hora que eu acordava até a hora que meu pai chegava com o início da festa...eu e meu padrinho ficávamos na frente de casa bebendo MARTINI BIANCO. Comecei comendo as cerejas a cada término de dose dele, depois eu comecei a preparar as doses e dava sempre um gole antes de entregar a ele, depois passei a fazer 2 doses...1 pra ele e 1 pra mim...mas não passou disso. E eu passava a semana inteira esperando o domingo chegar pra tomar uma porra de uma dose de martini!!!

Quando meus pais "entregaram" a casa de Itamaracá, passei a frequentar a Ilha ficando na casa de amigos... Então conheci o "VINHO CARRETEIRO"... Aos 14 anos, ía na sexta e voltava no domingo à noite... Bebia vinho de madrugada, vomitava de manhã cedo e passava o dia no Iate Clube esperando a lua chegar pra que eu pudesse meter a mão no gelo e iniciar as homenagens a Baco.

Daí comecei a sair com os adolescentes... Churrascos aos sábados, festinhas à noite...Foi quando me entreguei ao "BACARDI LIMÃO COM COCA". Aquela porra era uma delícia, a cada dose a coca-cola ficava menos presente no copo... Foda é que do nada (nada acontece do nada...) tudo começava a rodar e os músculos começavam a doer... Sem contar que aquilo derretia o intestino!!!

Vi que cada vez era pior entrar nas cotinhas, pois meu destilado era de todos, eu entrava na cota de cerveja e eu acabava bêbada e lisa... Lembrei que eu era homem e comecei a beber CERVEJA.

Enfim me encontrei! Amo o sabor, a densidade, a cor, o cheiro, a sensação que ela me dá, a reação que ela me provoca... E agora, não consigo beber outra coisa...

Dia desses fui pra uma festa... Ía ter chopp de graça e a banda de um de meus 93 paquerinhas tocando... Comprei vestido novo, sapato bonito e lá fui eu de carona com a cara e a coragem que costumo ter com um casal de amigos que por acaso também queriam ir...
Chegando lá, fiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiila enoooooorme pra pegar chopp que tava meio quente... E eu que achei que tava muito bonita pra perder tempo na fila, decidi comprar cerveja... Só tinha destilado... Lembrei que minhas amigas tomam VODCA com REDBULL...

Resultado: Minha conta deu quase R$150,00, meu paquerinha nem olhou pra mim e eu nunca fiquei tão fudida como naquele dia. Voltei com a mesma carona pra casa, tomei banho e dormi só de calcinha... Minha mãe tava em São Paulo (Quando ela tá em casa, eu sempre acordo bem...Ela me dá iogurte, me faz comer pão e até me força a vomitar pra que eu acorde bem e não tenha ressaca...). De manhã, meu pai chegou em casa e me encontrou deitada no chão, só de calcinha, semi-morta...Implorei por um sonrisal, ele saiu pra comprar, jogou em cima de mim e eu passei 1 semana sem vê-lo. Vale salientar que eu nunca deixei meu pai me ver nem de pijama por achar que a malha é fina demais...Nesse dia ele viu minhas peitholas...
Liguei pra minha mãe chorando, não pela ressaca ou pela cachaça...mas pela vergonha do meu pai ter me visto "completamente nua".
Me recuperei, tomei banho e fui encontrar as colegas: Enchemos a cara de cerveja...E eu não tive nada!!!


Acho que vodca é bebida de menina, cerveja de menino e que o efeito colateral se isso for contrariado é virado no caralho...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Um bicho morto...

Eu amo praia...mas tenho que ficar um tempo longe dela por causa de uma porra de uma catapora que tive há uns 2 meses...Ir à praia e ficar na sombra não não tem graça...Quando eu era pequena eu ía pro quintal e ficava no sol até minha pele ficar doendo, então não venha com sugestões de ficar na sombra!!!

Quando eu estava no ensino médio, eu ía pra Boa Viagem todos os sábados...o melhor de tudo isso é que a farra durava toooooooodo o sábado...Os "colhega" levavam instrumentos musicais e ficávamos na praia com os pombos até umas 5 e pouca da tarde...Íamos mesmo quando chovia...era divertidíssimo e vale salientar que eu tinha uns 20 biquínis e podia usá-los sem canga, mas reclamava porque achava que não podia usar biquíni de lacinho (Se eu não podia naquela época, nunca mais eu vou poder...Eu até acho que você percebe que está fora de forma quando tem mais sapatos do que biquínis).

Essa mania de gostar de praia mesmo com o pôr-do-sol é herança...Meu pai sempre trabalhou nos fins de semana, então íamos às segundas pra Pau Amarelo...Eles esperavam eu chegar da escola e lá íamos pela BR-101 norte...pra uma tarde inteira de sol, peixe, cerveja, refrigerante, música e enfado...até às 20:00 hrs.

Um belo dia estávamos na estrada no chevetão bege e de repente passamos por um buraco (é, na década de 80 já tinha buraco na BR-101)...Fudeu, estourou um pneu (descobri dia desses que pneu é abreviação de pneumático...e que asterísco é diminutivo de astro...duvido que alguém que não fez linguística soubesse disso...). O detalhe é que o carro parou do lado de uma carcaça da bicho que deveria ter sido atropelado há alguns dias e a incidência do sol no cadáver fazia feder pior que o lixão da muribeca...
mas que de repente meu pai solta um grito:

- "Puta que pariu, cagaram no mundo!"
E eu: -"Não painho, isso não catinga de cocô não!
E ele:-"Claro que é...MERRRRDA, merda minha filha, só pode ser merda!
E eu, encontrando o motivo da fedentina:
- "Tá vendo, aqui ó, é um bicho morto!"
E ele: " Então deve ser um bicho morto, TODO CAGADO!"

Ele terminou de trocar o pneumático e avistou um "pega bêbo"...claro que ele tomou uma cerveja antes de terminar a viagem de 20 minutos...E não parou de repetir a história durante o dia todo!!!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Coisas de menino (a)...

Desde a pré-escola até o segundo grau eu sempre atrapalhei as aulas com minhas conversas paralelas e piadinhas fora de hora...A diferença é que a partir da oitava série isso baixou um pouco minhas notas e os professores pararam de achar engraçado. Eu adorava ler minhas redações, apresentar trabalho e organizar qualquer atividade extra-classe, mas apesar disso tudo, meus pais sempre eram chamados na escola pra ouvir que precisavam me colocar "nos eixos".
Eu adorava a época que se usava lancheira...O lanche era sempre surpresa, mas a bebida era sempre refrigerante...Eu vim gostar de suco depois dos 20 por culpa da minha mãe. Eu sempre achei a garrafa térmica uma invenção incrível. Teve um dia na alfabetização que eu coloquei meu refrigerante no copinho e percebendo que estava semi congelado, gritei: Tia, meu guaraná tá igual ao mar glacial! Um dia depois tava lá eu na turma da primeira série, tentando copiar do quadro a lição da macaquinha Lili...mas minha mãe mandou me devolverem pra alfa porque eu era (ERA?) muito pequenininha pra primeira série...

Eu não lembro do dia que escolhi minha lancheira do He-man e minha mochilinha do Thundercats...mas lembro que eu nunca queria trocar no ano seguinte porque eu as-adorava.

E lá vão meus pais novamente à Escola pois foram chamados pela psicóloga (que pela minha lembrança não devia ser formada em psicologia...). E ela começa:

-" Eu sei que todos passamos por problemas financeiros, e a gente economiza no que dá economizar. É muito bom aproveitar coisas de um filho pro outro, principalmente quando ainda está em bom estado. Mas é importante prestar atenção ao comportamento dos filhos e até onde a gente pode poupar sem confundir a cabeça da criança. Cada filho deve ser tratado com exclusividade, principalmente se estamos falando de um menino e uma menina"

-" Vera, tem certeza que a gente tá falando de Fabiana? É que..."

-" Deixem eu terminar...Fabiana prefere brincar com os meninos de ficar correndo a brincar de boneca com as meninas, fica cantando musiquinhas de baixo valor intelectual e sempre tá envolvida nas brincadeiras masculinas. Vocêm sabem que somos uma escola construtivista e jamais iríamos julgar esse comportamento, até achamos muito válido não existirem barreiras de gênero. Mas talvez vocês, sem perceber estejam incentivando isso. Não dá pra usar a mochila e lancheira do irmãozinho dela, ela vai ficar feliz em ter algo só dela que não seja do He-man e Thundercats"

-"Vera, Fabiana é filha única e ela que escolheu a lancheira e a mochila...sem contar que tentamos comprar novas há 2 anos e ela não deixa"

- "Ah é? Então tá tudo ok!"

terça-feira, 12 de abril de 2011

Piolhos sugam juízo...

Lêu era minha melhor amiga da infância e ela tinha tanto, mas tanto piolho que o apelido dela era Lêu piôi. Ela na verdade era filha adotiva de uma família bem confusa (ela era sobrinha de Dona Rita que já tinha 6 filhos mais velhos e decidiu cuidar dela). Lêu era dessas crianças que ficavam na rua descalça, ninguém mandava ou desmandava nela, conhecia o bairro com toda a malícia de menina de 8 anos e nunca entendeu porque eu era feliz em ir pra escola. No fundo, a ignorância era transformada em ingenuidade e alguém sempre se aproveitava da boa vontade dela.

Perdi a conta de quantas vezes pedi pra minha mãe pra Lêu morar conosco...Ela almoçava, assistia TV, brincava lá em casa...mas era notório o desconforto dela em ficar presa numa casa...Lêu era do mundo, nunca gostou de estudar e consequentemente cresceu linda (muito linda) e ignorante...Quando criança eu até tentava brincar de escolinha com ela e repassar as coisas que eu aprendia...mas ela não tinha paciência pra ficar sentada e reclamava: "Brincar de escola???" (A única coisa que ela aprendeu foi que "o vento é o ar em movimento", na verdade ela achava a frase sonora e ficava repetindo, mas duvido que ela soubesse o significado...). Ela achava engraçado ser chamada de piolhenta, ser caçoada quando falava "percoço" ou "crínica" e duvido que tenha ficado qualquer tipo de trauma psicológico...talvez ela não tenha noção disso também!!!

Minha mãe tratava dos meus piolhos até perceber que se Lêu não se tratasse isso não teria fim. Então começamos um tratamento...Todos os dias Lêu ía lá pra casa colocar remédio e a bicha tinha piolhos tão geneticamente modificados que precisou tratar com ajuda de antibióticos...Foram quase 3 meses de pente fino, lençol branco, deltacid e antibiótico (quem já teve piolho sabe do que eu tou falando...). Era engraçado minha mãe procurar Lêu (o que não era nada fácil) pra dar o remédio na hora certa...

Certo dia estava brincando de hotel com ela, que tava adorando imaginar que estava se hospedando em um Hotel chique e soltou a imaginação com coisas que ela acreditava ter status...
Comecei a perguntar e preencher a ficha dela:

"- Nome?"
"- Maria Eduarda"
"- Profissão?"
"- Médica"
"- Endereço"
"- Avenida Boa Viagem"
"- Sexo?"

Nesse momento ela ficou vermelha, suou, deu uma gargalhada e respondeu:

"- Não!!!"

Tentei explicar o que era "gênero" pra ela, mas ela como sempre não estava interessada em aprender...
Acho que os piolhos de Lêu sugavam fundo e consumiam parte da massa cefálica da bichinha...
De qualquer forma, ela mudou de idéia rápido pois foi a primeira menina da rua a ficar grávida e hoje tem 3 filhos (de pais diferentes)...

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Meu primeiro palavrão...

Por incrível que pareça eu fui uma criança muito comportada e educada, no entanto, muito falante e amostrada (Nota-se que eu só fiz crescer...)!
Segundo minha mãe, eu nunca dei piti na rua, chorei alto ou fiz ela passar vergonha (como eu faço hoje...), mas sempre falei pelos cotovelos e por todos os poros que tinha no meu corpo.
Uma vez num casamento, quando eu tinha uns 2 anos, eu fiquei repetindo tudo que o padre falava...e quando todos estavam olhando pra mim no colo do meu pai ele solta um: Essa menina é foda!!!
É, na minha casa palavrão é vírgula...
Eu aprendi a usar palavrões como interjeição, de modo divertido...E acho que muitas frases com palavras bonitinhas machucam e denigrem muito mais do que uma porra e um caralho!!!
Não tou fazendo apologia ao uso da pornografia verbal nem dizendo que isso é o comportamento
adequado...Só tou dizendo que eu cresci com palavrões e sei discernir as aplicações para que ele seja uma coisa negativa ou engraçada!

Lembro de uma das primeiras vezes que usei um palavrão...Eu tinha uns 6 anos e os domingos na minha casa sempre foram regados à cerveja, churrasco e música (Foi nessa época que conheci Roberto Carlos, Altemar Dutra, Agnaldo Timóteo e algumas músicas instrumentais que amo até hoje...). Eu nunca tive paciência com os filhos dos amigos do meu pai...achava todos uns bobocas, mas eles insistiam em ficar meus amigos e como eu era a única menina da turma, os "tios" viviam me paparicando e me trazendo presentes...

Até hoje eu não gosto de doces, mas quando criança eu adorava comer brigadeiro de colher...e todo domingo lá tava eu com um pratão de brigadeiro e um copão de coca...Essa combinação é foda: brigadeiro com coca!!!

O amigo do meu pai: Bilão (os amigos de meu pai têm nome de desenhos animados...Bilão, Bolinha, Galeguinho, Bené...), percebendo minha preferência gastronômica e querendo me agradar, me leva uma cestinha linda com brigadeiros enrolados no açucar...todas as crianças ficaram com inveja e eu toda legal já tinha gritado: -"Calma que eu vou dividir". Eu toda preocupada em fazer a partilha e meu pai interrompe meu raciocínio com:
-"Como é que se diz???"
Nem deu tempo de pensar em nada, soltei em alto e bom som:
-" Brigadeiro sem coca é foda!"

Todos os adultos riram, menos meu pai que passou o dia tendo que ouvir minha mãe dizendo que a culpa era dele!!!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Paquerando...

Acho a figura masculina a melhor coisa que já foi feita no mundo...melhor que homem só cerveja...e se tiver bem gelada!!!Eu paquero qualquer ser masculino que se mova (homem, desenho animado, modelos de revista, mitos da história...)!!! Eu enxergo a beleza na agressividade ou no humor ou na cicatriz exibida ou na maneira de andar e de repente olhar pra trás...nos minimos gestos, atitudes ou em nada.

E dizem que eu paquero feito homem (com todo o machismo que essa frase pode ter...). Tipo aqueles pedreiros que assoviam pra gostosa que passa na obra...Não consigo ficar quieta, eu chego junto mesmo...Há quem ache isso vulgaridade...eu chamo de "auto-estima alta" com um pouco de "sem-frescurice" e uma pitada de "segurança". A gente luta por direitos iguais, queimamos sutiãs, trabalhamos na rua e em casa...então também podemos dar em cima de uma pessoa que achamos interessante. O máximo que podemos levar é um "ré" e ninguém nunca morreu disso (existe a tal da "Síndrome do coração partido", mas compra um par de sapatos novos que melhora, amore!!!).
A gente também pode pegar sem se apegar, não se apegar e pegar de novo, curtir sem apego e sem afeto, tapar os ouvidos pras pessoas que nos dão conselhos pra não ficar com "aquele cara", deixar de se preocupar com os "ele não merece" e passar a prestar atenção ao "eu mereço" ou simplesmente ao "eu quero" mesmo que seja por pouco tempo e temos mais é que respirar fundo e ir lá falar com aquele menino...É só nunca esquecer de se respeitar e respeitar as namoradas (qualquer pessoa só é compromissada se ela quiser...foque nos solteiros, ok?)!!!
Se der em merda as amigas ajudam!!!

Eu paquero porque acho o garoto interessante ou bonito ou engraçado...Já paquerei um cara só porque ele tava fantasiado de Wolverine, outro porque tinha os olhos de Lennon, outro só porque eu nunca tinha paquerado um ruivo, outro porque torcia pro Ajax...Teve até que eu paquerei porque parecia com um paquerinha que eu já tinha!!!

E lá estava eu na festa dos terceranistas Contato ( O Contato sempre foi conhecido como C4: Colégio, Curso e Clube Contato...porque tinha festa pra caralho e shows nos intervalos das aulas...)...Avistei o tal menino que era uma versão feia do meu paquerinha...arrumei o cabelo, me separei das minhas amigas e fui lá:
"- Oi, tu viu minhas amigas?"
"- Maluca, eu e você...a gente...não rola"
"- Tá! Mas tu viu minhas amigas?"
"- Não! Tchau!"

Na hora eu só lembrei de uma história de uma menina que ficou com um colega da escola num domingo (acho que numa domingueira do AABB) e na hora da despedida perguntou:
"- E amanhã na escola?"
"- Amanhã? Na escola? Aula normal"

Pelo menos antes do ré ela ficou com o menino, né???

terça-feira, 5 de abril de 2011

Presente de 8 anos...




Eu sempre amei meus aniversários...Carnaval e aniversário...Não precisava de mais nenhum feriado!!! Gosto do povo reunido, feliz e principalmente quando eu sou o centro das atenções!!!


Era minha festa de 8 anos...Década de 80...Bolo, salgadinhos e docinhos (todos feitos pelas tias...o que fazia o dia anterior à festa ser mais divertido do que o próprio aniversário)...Meu pai nunca participou ativamente das comemorações familiares (não foi ao meu batizado, nem na primeira comunhão e na formatura do segundo grau foi um parto fazer ele entrar comigo...acho que por isso eu não quis participar das formatura da faculdade...)!

Enfim, ele chega no meio da festinha enquanto eu dançava ao som do "Xuxa 4" com uma caixa grande...Todos os pirraias correram pra ver o que eu tinha ganhado do açougueiro...

Os colegas de bola de gude gritavam: é um autorama, é um autorama e as meninas histéricas: É a casa da Barbie...Enquanto eu rasgava todas as camadas de papel de presente com os olhos brilhando e a boca salivando de ansiedade!!!

De repente todos se calaram e franziram a testa...algumas crianças desavisadas ainda fiseram em coro um: HÃN???


Meu pai me deu de presente de 8 anos um GRILL, é , uma sanduicheira da Black & Decker que além de sanduíche fazia waffles...

O presente funciona sem dar choque até hoje, eu levo pros fins de semana na praia, pros feriados e pra casa de Olinda no Carnaval...faz o melhor sanduíche do mundo porque não parte o pão no meio (o que faz o queijo sair fora do pão)...Mas eu acho que na época eu acharia a casa da Barbie mais legal!!!

Ps. Reparem na primeira foto...o "Grill" entre as bonecas, jogos, maquiagens, etc...E os pápéis de presente embaixo da cama!!!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Eu te conheço???


Eu tenho um problema com hierarquia...É, eu trato todos de igual pra igual: Meu chefe, minha faxineira, o governador, minha manicure, meus ídolos e as pessoas que se acham muito importante...é tudo igual pra mim (todos seres humanos e merecem respeito)!
Um belo dia tava eu na Feira Mix (Um evento de moda/cultura/lazer que acontece em Recife/Olinda) e presencio todo um fundunço ao redor de um ator que não conseguia andar de tanta gente enchendo o saco do coitado.
Eu e as meninas identificamos que se tratava de Tuca Andrada, um ator pernambucano que já fazia sucesso em algumas novelas da Tv (O cara é bom de verdade e ainda por cima gente fina...)...Conversa vai, conversa vem...Alguém comentou que ele estudou na nossa escola (Co con con con contato, geração futuro) alguns anos antes da gente.
Não perdi tempo, fui lá, driblei a maré de puxa-sacos, colei nele e desconfiadamente perguntei:
"- Eu te conheço de algum lugar, não?"
Ele, levantando os ombros, com sorrisinho no canto da boca:
"- Er, Tuca Andrada..."
Percebi que tinha uma balão de pensamento na cabeça dele dizendo:
"- Você me conhece da globo, minha filha"...
Eu parei um pouco, bati o indicador na ponta do nariz algumas vezes (repetindo Tuca Andrada, Tuca andrada com a voz baixinha como se quisesse lembrar de algo) e soltei:
"- Ahhhhhhhhhhhhhh, Tuca Andrada!!! Tu estudou no Contato, né???"
Ele meio embaraçado respondeu que sim, deu as costas e foi levado pela multidão...

Anos depois encontrei com ele, comentei o constragimento e ele disse que não lembrava...É a tal da memória seletiva...
Foi parecido com aquela piada de pedir pra tirar uma foto à uma pessoa famosa e entregar a máquina a ela!

quinta-feira, 31 de março de 2011

Disney x Maurício de Souza

Desde que eu me lembro ( e olhe que minha memória pra coisas inúteis é foda!), minha família sempre fez feira no Bompreço da Caxangá. Acompanhei todas as transformações: Restaurante no interior da loja, floricultura perto dos banheiros, balcão de embrulhos pra presente, lanchonete do lado de fora...mas nada é tão gostoso de lembrar como a banca de revistas que tinha perto dos caixas...
E quinzenalmente meu pai me trazia gibis...eu tinha milhares: mickey, zé carioca, pato donald, etc...Pois é, esqueceram de avisar ao meu pai que eu era menina (era?)... E mesmo que ele quisesse me tratar de maneira "rude", por que porra ele não me comprava MARVEL???Nããããããão, Disney no cu dela...acho que por isso até hoje eu odeio os clássicos e quero mais é que a Cinderela ande descalça para sempre!!!
Até que um dia eu fui com ele conhecer Sr Ruan (isso lá é nome de quem vende gibi e revista?)...Pulei no revisteiro e babei quando vi ao meu alcance a Mônica, Cebolinha, Magali, Chico Bento...até então motivo de inveja das coleguinhas da escola...e o almanacão de férias (que vinha com lápis que não escrevia naquele tipo de papel...)???Fiquei doida sem saber o que escolher...sempre fui uma criança comedida (pfffff)...peguei um de cada, entreguei ao meu pai e fiquei louca pra chegar em casa...
Na hora de pagar, Sr Ruan pergunta: Alemão (meu pai é branco e tem olhos verde azulado, o gen indígena é forte cum carai), e não vai levar revistinha pro seu filho?
E meu pai diz: Não, eu não tenho filho, só essa menina aqui!
E seu Ruan vira pra mim: Ah, então vc é fã do pato donald???
Eu, desconcertada, entre os olhares do açougueiro e do jornaleiro: Er, muito não!

Resultado: A partir daí eu passei a pagar pelas minhas revistinhas (com o dinheiro economizado do lanche)...Eu tentei explicar ao meu pai que isso era aculturação (na época eu tinha aulas de moral e cívica), mas ele simplesmente respondeu algo do tipo: Maurício de Souza é gay!!!

Não preciso dizer que nunca tive a assinatura da Capricho, né???

quarta-feira, 30 de março de 2011

Aprendam a atravessar...

Amo intensamente tudo que passa na minha vida...desde a cerveja gelada que massageia minhas papilas gustativas até os meninos que permanecem no centro de minhas atenções por 3 dias ou mais...Mas eu nunca fui de ter namorado...De verdade mesmo, com vida familiar, almoço de domingo, aniversário de sobrinho e briguinhas de casal...eu nunca tive. Algumas vezes até tive vontade, mas passou antes que se tornasse real. Cheguei bem perto disso, mas apesar dele ficar sempre pedindo pra eu não enjoar dele (como acontecia com todos...), ele que enjoou de mim...e ao invés de dizer, inventou uma viagem e me fez sofrer junto com ele a despedida dos amigos e de mim...enquanto ajudava a arrumar a mala. Depois de algumas semanas, descobri que ele nunca tinha viajado e tava namorando há meses uma menina que ele mesmo havia me apresentado...Ainda bem que eu não quis levá-lo ao aeroporto... Mas enfim, 3 semanas ficando e eu ía conhecer a mãe dele e toda a família... Depois de várias opções de roupas já que eu não tinha figurino de "conhecer sogra" e de ficar na dúvida se levava flores ou bombom...ele me buscou em casa e eu fui de mãos abanando! Durante o trajeto eu me perguntava se ela ía gostar de mim, se eu ía ter papo, se era melhor ser engraçado ou formal...e a única certeza que tive foi a de que Engenho do meio nunca foi tão perto de Setúbal... Ele parou na frente de um prédio e começou a manobrar...enquanto uma senhorinha gorda atrapalhava sem saber se passava pela frente ou por trás do carro...E eu tentava ajudar: Amor, cuidado pra bater na véia, mas que véia mais atabacada, não se decide, ai amor, tu vai bater nessa véia gorda tabacuda, ó praí que cara de cú, ai meu deus véia, amor, bate logo nela pra ela aprender... Nesse momento percebi que ele tinha parado de manobrar há séculos e estava perplexo olhando pra mim...Não entendi a perplexidade já que ele adorava meus palavrões e inclusive disse que se apaixonou por ter me visto dando uma dedada pra um amigo dele... Eu perguntei: O que foi? E ele disse: Essa é minha mãe... Eu já tinha fudido tudo e completei: Caralho amor, quase que tu atropelava tua mãe!!! Pior é que ela era massa...mas não sabia atravessar a rua...

sábado, 15 de janeiro de 2011

A pegadora!!!

Era domingo de carnaval...em Olinda...ainda não alugávamos casa lá...íamos com um pai de alguém e voltávamos com pai de outro alguém (saudade dessa época que a gente podia beber e voltar pra casa de carro sem gastar dinheiro de táxi...).
Já estava na hora da gente descer a rua da prefeitura e encontrar com nosso "motorista" que geralmente estava puto porque tinha passado 2 horas pra chegar no lugar marcado...Eu, Hamaga, Paulinha e Manu...insisto: que época boa da porra!!!
Paulinha (a consciente) lembrou que já tava na hora de irmos embora...quando de repente notaram minha falta...
-" Cade maluca?"
Depois de alguns minutos alguém responde:
-" Tava aqui brincando com um cachorro de rua, bem seboso, podre..."
-" Caralho, porque Maluca é assim, hein???"
Mais alguns minutos depois, chego eu...com um gato embaixo do braço...o gato urrava, tentava me arranhar, se esticava...e eu por nada soltava o coitado...parecia até a Felícia do Tiny toon, fingindo que o bicho estava adorando tá no meu braço.
-"Nêga, solta esse bicho que ele vai te arranhar"
- "É maluca, esse gato deve ter mil doenças...num tem nem pêlo de tão nojento"
E meu paquerinha com muito nojo de tá me vendo trocar carícias com um "massacote" tão sujo!
Como as coisas podem sempre piorar, eu solto a frase:
- "Que nada galera, eu num digo que só pego gatinho..."
E DOU UM BEIJO NA BOCA DO GATO...que claro, acha um absurdo e consegue se soltar!!!
Ninguém acredita no que vê, principalmente meu paquerinha que deve tá lavando a boca até hoje!!!

O gato...nunca me procurou!!!

Já tava na hora!!!

Acabei de assistir Julie e Julia (inclusive tem a música Psico killer que eu adoro)...
Lembrei que eu gosto de quase tudo que eu faço...adoro ser produtora, gosto de cozinhar, enlouqueço por música e acima de tudo isso eu adoro me amostrar. No fundo no fundo...tudo que eu gosto está ligado ao meu maior prazer: ter as melhores histórias pra contar e mesmo ela não sendo 100% verdadeira o importante é tirar gargalhadas ou pelo menos um balançado de cabeça do ouvinte...seja achando hilário ou ridículo...eu adoro isso!!!
Algumas pessoas já me incentivaram a escrever...até porque tem coisas que só acontecem comigo...talvez porque eu me permito ser feliz e tenho uma imaginação bem fértil e inútil!
De qualquer forma o primeiro post vai pra Ju Brainer que insistiu no meu blog e Kika Latache por ter dito um dia que adora o modo como eu escrevo!!!
Ah, preciso de ajuda pra organizar isso aqui...sou péssima em design!!!