sexta-feira, 22 de julho de 2011

Aprendendo a beber...


Quem não bebe, não entende que o valor que damos a "tomar uma cerveja" não é apenas alcoólico. "Tomar uma" é agregador, interativo, libertário e ao mesmo tempo libertino. Tem até quem tome uma sem beber...

Um dos poucos orgulhos perceptíveis que meu pai sente por mim é o fato de eu beber litros de cerveja e permanecer de pé (ou sentada numa cadeira de bar... ou apoiada em um balcão...)!
Ele acha o máximo eu chegar em casa com bafo de cerveja, ir direto pra geladeira, pegar uma cerveja, sentar no sofá e perguntar quanto tá o jogo...

A primeira gota de álcool que coloquei na boca foi aos 10 anos de idade. Não precisam denunciar pro Ministério da criança e do adolescente...Era algo inofensivo, sem maiores consequências (a não ser no que me transformei...). Como meus "leitores" já sabem, em minha casa sempre teve festas aos domingos...E da hora que eu acordava até a hora que meu pai chegava com o início da festa...eu e meu padrinho ficávamos na frente de casa bebendo MARTINI BIANCO. Comecei comendo as cerejas a cada término de dose dele, depois eu comecei a preparar as doses e dava sempre um gole antes de entregar a ele, depois passei a fazer 2 doses...1 pra ele e 1 pra mim...mas não passou disso. E eu passava a semana inteira esperando o domingo chegar pra tomar uma porra de uma dose de martini!!!

Quando meus pais "entregaram" a casa de Itamaracá, passei a frequentar a Ilha ficando na casa de amigos... Então conheci o "VINHO CARRETEIRO"... Aos 14 anos, ía na sexta e voltava no domingo à noite... Bebia vinho de madrugada, vomitava de manhã cedo e passava o dia no Iate Clube esperando a lua chegar pra que eu pudesse meter a mão no gelo e iniciar as homenagens a Baco.

Daí comecei a sair com os adolescentes... Churrascos aos sábados, festinhas à noite...Foi quando me entreguei ao "BACARDI LIMÃO COM COCA". Aquela porra era uma delícia, a cada dose a coca-cola ficava menos presente no copo... Foda é que do nada (nada acontece do nada...) tudo começava a rodar e os músculos começavam a doer... Sem contar que aquilo derretia o intestino!!!

Vi que cada vez era pior entrar nas cotinhas, pois meu destilado era de todos, eu entrava na cota de cerveja e eu acabava bêbada e lisa... Lembrei que eu era homem e comecei a beber CERVEJA.

Enfim me encontrei! Amo o sabor, a densidade, a cor, o cheiro, a sensação que ela me dá, a reação que ela me provoca... E agora, não consigo beber outra coisa...

Dia desses fui pra uma festa... Ía ter chopp de graça e a banda de um de meus 93 paquerinhas tocando... Comprei vestido novo, sapato bonito e lá fui eu de carona com a cara e a coragem que costumo ter com um casal de amigos que por acaso também queriam ir...
Chegando lá, fiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiila enoooooorme pra pegar chopp que tava meio quente... E eu que achei que tava muito bonita pra perder tempo na fila, decidi comprar cerveja... Só tinha destilado... Lembrei que minhas amigas tomam VODCA com REDBULL...

Resultado: Minha conta deu quase R$150,00, meu paquerinha nem olhou pra mim e eu nunca fiquei tão fudida como naquele dia. Voltei com a mesma carona pra casa, tomei banho e dormi só de calcinha... Minha mãe tava em São Paulo (Quando ela tá em casa, eu sempre acordo bem...Ela me dá iogurte, me faz comer pão e até me força a vomitar pra que eu acorde bem e não tenha ressaca...). De manhã, meu pai chegou em casa e me encontrou deitada no chão, só de calcinha, semi-morta...Implorei por um sonrisal, ele saiu pra comprar, jogou em cima de mim e eu passei 1 semana sem vê-lo. Vale salientar que eu nunca deixei meu pai me ver nem de pijama por achar que a malha é fina demais...Nesse dia ele viu minhas peitholas...
Liguei pra minha mãe chorando, não pela ressaca ou pela cachaça...mas pela vergonha do meu pai ter me visto "completamente nua".
Me recuperei, tomei banho e fui encontrar as colegas: Enchemos a cara de cerveja...E eu não tive nada!!!


Acho que vodca é bebida de menina, cerveja de menino e que o efeito colateral se isso for contrariado é virado no caralho...

Um comentário:

  1. eu também comecei a beber tomando martini. eu tinha 12 anos. que péssima idéia, beber martinis.

    eu ainda to na torcida pra maluca se entregar de vez ao uísque. Vinícius de Morais não pode estar enganado.

    F.

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